PROCTOLOGIA

A Proctologia é uma especialidade médica que tem como objectivo o estudo e o tratamento de afecções do recto e anus.

Esta especialidade inclui o tratamento de hemorróidas, fístula ou o quisto pilonidal, (geralmente conhecido como quisto dermóide).

O tratamento cirúrgico clássico destas doenças está tradicionalmente associado a um pós operatório muito doloroso, uma recuperação longa e difícil e ainda, nalguns casos, à possibilidade de incontinência anal.

Tudo isto leva a que muitos doentes não queiram ser operados, e sofram durante anos com os sintomas e complicações provocados pela sua doença, factores que muitas vezes contribuem para uma franca diminuição da qualidade de vida.

Uma nova técnica cirúrgica mini-invasiva com tecnologia Laser vem agora possibilitar uma viragem radical no pós operatório de algumas das doenças proctológicas.

Para além dos bons resultados obtidos no tratamento da doença hemorroidária, da fístula anal e do quisto pilonidal, é de salientar a quase ausência de dor no pós operatório, assim como, a possibilidade de uma rápida recuperação e um precoce regresso à vida ativa.

Sou um dos pioneiros em Portugal a utilizar o laser em proctologia, e a minha experiência é mais que suficiente para considerar esta técnica segura e eficaz, factos aliás também confirmados, através de diversos artigos científicos.

Sinto-me privilegiado por poder tratar desta forma os meus doentes.

FISTULA ANAL

As Fistulas anais são doenças crónicas que afectam a vida de muitos doentes.
Consistem num trajecto que se inicia dentro do recto ou canal anal, terminando por um ou mais orifícios na pele junto do anus.

Normalmente originam-se a partir de um abcesso que depois de drenado dá lugar a um trajecto fistuloso, mas também pode estar relacionada com doenças inflamatórias do intestino tais como a doença de Crohn.

As fistulas podem ter um trajecto único e simples mas existem casos graves em que os trajectos são complexos e múltiplos, envolvendo os músculos (nos quais se incluem os esfíncteres), que contribuem para o correcto funcionamento do recto e do anus principalmente nas manobras de defecação.

Os sintomas são associados com o processo de infeção crónica, e consistem na contínua saída de pus pelo orifício externo ou pelo anus. Por vezes há infeções agudas associadas e que exigem tratamento urgente.

O tratamento cirúrgico das fistulas que ainda hoje se pratica, além de parcialmente eficaz, leva a uma recuperação demorada exigindo cuidados de desinfecção e higiene, essenciais nas semanas que decorrem até à completa cicatrização.

Por outro lado, existe o risco do pós operatório se complicar de incontinência anal por secção dos esfíncteres.

A realização de exames pré-operatórios, tais como a ecografia e ressonância magnética, tornam menor a existência de complicações sendo, hoje em dia, obrigatórios na avaliação da maioria dos casos fistulas ano-rectais.

Atualmente, pode felizmente ser utilizada a energia laser para o tratamento desta doença.

Este novo tratamento cirúrgico, além de pouco doloroso, permite um rápido regresso à vida activa sem necessidade dos cuidados pós cirúrgicos, necessários na cirurgia convencional.

HEMORRÓIDAS

A doença hemorroidária é, em grande parte da população portuguesa, uma causa muito frequente de sofrimento, e incapacidade.

Os sintomas tem a ver com o grau de gravidade e vão desde o simples incómodo, até à presença de anemia grave causada pelas hemorragias por vezes muito frequentes.

Os episódios de dor, por vezes insuportável, estão frequentemente presentes nos doentes que sofrem de hemorróidas.

Apesar disso, muitos destes doentes preferem continuar a sofrer pelo receio da cirurgia. De facto, a perspectiva de sofrimento no período pós-operatório, com dores intensas, muitas limitações e lento retorno à vida normal, leva a que a doença hemorroidária, por não ser tratada de forma correcta, se prolongue e os sintomas se mantenham ou se agravem ao longo de muito tempo.

Estes receios são, hoje em dia, ainda perfeitamente justificados já que, em muitos hospitais, a cirurgia para o tratamento de hemorróidas se rege, ainda, por técnicas clássicas utilizadas desde há muitas e muitas décadas.

No entanto, através da utilização do laser, é hoje perfeitamente possível operar as hemorróidas de forma eficaz com uma técnica pouco invasiva, em que a dor é inexistente e a recuperação após a cirurgia se faz em poucos dias.

A minha experiência com dezenas de doentes tratados por laser permite-me verificar os excelentes resultados, e o excelente pós operatório presente na generalidade dos casos.

Sinto muito orgulho em ser um dos poucos cirurgiões em Portugal a oferecer a possibilidade de tratar eficazmente as hemorróidas sem dores, sem complicações, com uma rápida convalescença!

SINUS PILONIDAL

O Sinus Pilonidal, também conhecido embora erradamente, como Quisto Dermóide, é uma doença muito frequente principalmente no sexo masculino e nas idades mais jovens, caracterizada pela existência, na zona do cóccix, de um aglomerado de pelos envolvido por uma capsula que contacta com o exterior por um ou mais orifícios visíveis na pele.

Embora não se considere uma doença grave, o quisto pilonidal afecta muitas vezes a actividade normal do dia a dia podendo complicar-se por infeções de carácter agudo ou crónico. Para além da simples drenagem quando se complica de abcesso, o tratamento definitivo do quisto pilonidal passa pela sua remoção completa.

Existem várias técnicas cirúrgicas clássicas para o seu tratamento, mas todas elas tem em comum um pós operatório muito doloroso, uma convalescença demorada, e a necessidade de tratamento pós operatório muitas vezes muito penoso para o doente. Nalguns casos, a cicatrização completa pode demorar várias semanas ou meses. Para além de tudo isto, a possibilidade de recidiva obriga a novo procedimento cirúrgico a que se seguirá mais um ciclo de sofrimento.

Felizmente, novas abordagens cirúrgicas possibilitam já uma mudança radical deste panorama. Embora ainda não muito divulgada, a técnica de remoção do sinus pilonidal com o auxílio da Videoscopia e Energia Laser, possibilita um pós operatório quase isento de dor e a possibilidade de uma recuperação rápida e cómoda.

As complicações desta cirurgia são diminutas e relacionam-se geralmente com maior quantidade de energia utilizada.O grau de eficácia é semelhante ao conseguido pelas técnicas clássicas e, em caso de recidiva, o procedimento por laser pode ser repetido igualmente sem dor e sem grande incómodo para o doente.

A operação, que pode ser efectuada em regime ambulatório, consiste na introdução de um videoscópio através de um pequeno orifício, para remoção, sob visão directa num écran, do tecido doente e dos pêlos geralmente existentes no interior do quisto, seguindo-se a fulguração do trajecto com laser por introdução de uma fibra através desse pequeno orifício.

Em Portugal não é ainda uma prática corrente, e eu sou um dos poucos cirurgiões a utilizar esta técnica e a possibilitar que os meus doentes possam beneficiar das suas vantagens.