TRATAMENTO CIRÚRGICO MINI-INVASIVO DO SINUS PILONIDAL: NOVA ABORDAGEM PARA UM VELHO PROBLEMA.

Como sabemos, o sinus pilonidal, também conhecido, (embora erradamente), como quisto dermoide, é uma doença muito frequente principalmente nas idades mais jovens. Embora geralmente não se possa considerar grave, afecta muitas vezes a actividade normal do dia a dia podendo complicar-se por infeções de carácter agudo ou crónico.

Para além da simples drenagem quando complicado de abcesso, o tratamento definitivo passa pela cirurgia para a sua remoção completa.

Existem várias técnicas cirúrgicas clássicas para o tratamento desta doença, sendo que todas elas tem em comum um pós operatório muito doloroso, uma convalescença demorada e a necessidade por um período mais ou menos demorado, de tratamentos locais, (pensos), geralmente muito penosos para o doente. Nalguns casos, a cicatrização completa pode demorar várias semanas.

Para além de tudo isto, existe ainda possibilidade de recidiva, necessitando novo procedimento cirúrgico com repetição de mais um ciclo de sofrimento.

Estas perspectivas levam frequentemente à não aceitação da cirurgia por parte de muitos doentes implicando que, muitos deles, durante anos, no seu quotidiano sejam incluídos cuidados especiais de higiene e de desinfeção. Felizmente, novas abordagens cirúrgicas possibilitam já uma mudança radical deste panorama.

Embora ainda não muito divulgada, a técnica de remoção do sinus pilonidal com o auxílio a videoscopia e energia laser, possibilitam um pós operatório quase isento de dor e a possibilidade de uma recuperação rápida e cómoda. As complicações desta cirurgia são diminutas e relacionam-se geralmente com maior quantidade de energia utilizada.

O grau de eficácia é semelhante ao conseguido pelas técnicas clássicas mas, em caso de recidiva, este procedimento pode ser repetido igualmente sem dor e sem grande incómodo para o doente.

A operação, que pode ser efectuada em regime ambulatório, consiste na introdução de um videoscópio, através de um pequeno orifício para remoção, sob visão directa num écran, do tecido doente e dos pêlos geralmente existentes no interior do quisto, seguindo-se a fulguração do trajecto com laser por introdução de uma fibra através desse pequeno orifício.

Dado que em Portugal não é ainda uma prática corrente, estou orgulhoso por ser um dos poucos cirurgiões a praticar esta técnica e a possibilitar que os meus doentes possam beneficiar das largas vantagens desta nova abordagem.

Este avanço torna assim desnecessário e pertencendo ao passado o sofrimento causado, em muitas pessoas, por esta doença.